Nenhum torcedor do Vitória achou que a Serie A seria uma estadia fácil. O nível técnico de nosso time está aquém do que exige a elite da mais importante competição do país e, se volta e meia vencemos uma partida e estamos fora da zona do rebaixamento, é por conta de uma pitada de sorte em uma rodada que nos favoreceu e também, justiça seja feita, muito trabalho.

A diretoria do Vitória fez o que é costume desde a segunda divisão e adiantou o pagamento dos jogadores. Acontece que por sermos um time cujo o poder de compra no mercado é inferior a imensa maioria dos clubes do brasileirão, pagamentos em dia não superar nossa deficiência técnica e elenco enxuto. Eu sigo vendo o lado positivo dos jogos e torcendo de forma veemente para que esta janela de contratações nos traga jogadores que sejam uteis para o time.

JOGAMOS DE IGUAL PRA IGUAL, MAS NÃO VENCEMOS

Ontem nós enfrentamos um dos clubes postulantes ao título e, ao contrário do que vi na imprensa, inclusive de torcedores do clube, o leão não fez uma partida ruim. O grande problema é que nós não precisamos de muita coisa para tomarmos gol em nossa defesa comumente improvisada e combalida e, se como se isto não fosse o bastante, o trio de arbitragem marcou um pênalti que, no mínimo, deveria ser revisado pelo VAR. Deixou de expulsar o lateral dos caras por duas entradas faltosas em Everaldo que mereciam amarelo, ele deu o primeiro, mas na hora de expulsar de maneira justa o atleta como dizemos aqui na Bahia… “caberou”.

Nós, como de costume, erramos passes bôbos no meio de campo, fragilizamos nossa transição ofensiva graças a marcação acertada dos caras e tudo caminhava muito bem, em jogo de paciência digna de xadrez que parecia nos conduzir a pontuar na rodada. Matheusinho ainda no primeiro tempo, achou a bola do jogo e de cabeça não aproveitou, Jean Mota de chapa acertou a trave, Lucas Esteves em um contra-ataque veloz, driblou o zagueiro e com a perna ruim mandou para lua nossa chance de mudar o placar, Vagner Leonardo de cabeça depois de uma bola alçada por Jean Mota obriga o goleiro do Botafogo a fazer uma defesaça, só que aos 16 do segundo tempo Lepo entrega a paçoca, Lucas Arcanjo opera mais um milagre, mas a bola sobra pra o atacante dos caras marcar o único gol da partida.

Em um nível de competição com este o jogo por si só pune de maneira implacável. Nós tivemos quatro chances reais de liquidarmos a partida e não aproveitamos, os caras tiveram duas e converteram uma. Nós já aprendemos a competir de igual para igual, é bem verdade. Mas, infelizmente, isto não é o bastante. A gente precisa começar vencer em sequência para respirarmos ares mais puros do que os que circundam a zona de rebaixamento.