A noite de ontem em nosso santuário tinha tudo para terminar como um filme de terror, mas a garra e vontade de vencer deste elenco é um caso de amor digno dos clássicos romance hollywoodianos.
Eu ainda estava sob o efeito do excelente trabalho de contratações de nossa diretoria e conversava com Icaro Simões, um amigo da época da faculdade (torcedor ressabiado, mas apaixonado pelo Leão). Quis saber: “quanto será o jogo? Arrisca um palpite aê” e ele cravou Vitória 3 x 1 Itabaiana. Se fez uma fezinha, deve estar com um largo sorriso e alguns dígitos a mais na conta.
O que ele não anteviu foi o longo e árduo caminho que precisaríamos percorrer para chegar a este placar. O roteiro da partida previamente escrito pelas campanhas das duas equipes diziam que faríamos um jogo de ataque e, no máximo, o Itabaiana estacionaria um ônibus e exploraria os contra-ataques. Os caras não venciam a duas rodadas, nos enfrentaria em nossa casa, motivados para melhorar nossa posição na tabela da Lampions Legue.
O LEÃO É O MEU MALVADO FAVORITO
Na nossa versão do filme o Vitória também é o mocinho que no primeiro momento parece fazer de tudo para se mostrar como o vilão. Assim que a partida começou eu percebi que a mesma morosidade dos últimos três jogos se repetiria, como se fosse um dos planos maléficos de Gru contra os poucos cabelos que carrego na cabeça. Nós tínhamos a posse de bola, mas éramos pouco efetivo em nossos ataques e o goleiro dos caras estava em uma noite inspirada spoiler: e isto pioraria ainda mais ao longo do enredo.
Em um dos poucos lances do primeiro tempo em que o Tremendão da Serra pisou no ataque, a bola sobrou nos pés de Rodrigo Andrade que em um belo lançamento para Osvaldo “o possesso”, no estilo Forrest Gump, aposta corrida com o zagueiro adversário, chega antes na bola e sofre uma falta criminosa, provocando a expulsão o defensor dos caras. Agora sim, o jogo é nosso!
“PRAZER” O PLOT TWIST DO LEÃO
No cinema, geralmente, este é o momento em que tudo parece favorecer o mocinho. Ele alcança o que tanto almeja, é agraciado com alguma benção incrível ou visivelmente atinge um novo patamar significativo de sua jornada, mas no ar paira uma espécie de desconfiança coletiva de que é cedo demais para comemorar e, do mais absoluto nada, a história sofre uma reviravolta e todo cenário de encanto e positividade vai por água abaixo. Ontem à noite no Barradão não foi diferente.
O goleiro dos caras não era o protagonista da partida por operar milhares, era também um talentoso ator coadjuvante que simulava contusões sempre fazia grandes defesas e depois de um tiro de meta, encontrou um companheiro isolado em nosso meio campo, que numa sucessão de lances dignos de uma comédia paspalhão, encontrou uma brecha em nossa defesa, viu Muriel espalmar uma bola aparentemente fácil, e assistir paralisado o bom atacante dos caras abrir o placar. Vitória 0 x 1 Itabaiana. Fim do primeiro tempo.
DE MISSÃO IMPOSSÍVEL AO O ILUMINADO
A noite de Jeferson, arqueiro dos caras, era digna de uma atuação de gala. Aos 5 minutos do segundo tempo, em uma bola alçada na área, Zeca encontra Matheusinho que acerta um belo cabeceio, mas, mais uma vez, o goleiro faz um milagre e ainda conta com a sorte, pois com requintes de crueldade a bola toca o travessão antes sair pela linha de fundo. Aos 19, em outra bola para o nosso intrépido herói, Matheusinho, gira rapidamente e com sua canhotinha mágica acerta um belo chute, só que na trave. Era um verdadeiro massacre e sempre nos víamos parando em Jefferson, o exército de um homem só. Mas Condé, nosso poderoso chefão, decidiu assumir a rédeas da partida, tirou Dudu que não estava bem e colocou Daniel Jr. Sacou Mateus Gonçalves e pôs Iury Castilho. Substituiu Osvaldo “o possesso” por Zé Hugo “o predestinado”. Em seu primeiro lance na partida Zé Hugo sofre uma falta e logo em seguida marca de cabeça, Vitória 1 x 1 Itabaiana.
A OBRA DE ARTE DE CAMUTANGA
A torcida subiu o tom nas arquibancadas, o time correspondeu em campo e se o domínio já era amplo ele cresceu ainda mais. Em uma troca de bola envolvente, Alerrandro sai da área, recebe a bola de Rodrigo Andrade e sofre uma entrada criminosa do zagueiro amarelado do Tremendão da Serra, que leva o segundo amarelo e é expulso. Já estava de bom tamanho, tudo estava desenhado para que nossa superioridade numérica se traduzisse também no placar, era apenas uma questão de tempo, mas eis que os deuses da sétima arte decidiram nos sorrir e inspirar Camutanga que, numa pintura, acerta um míssel e decreta Vitória 2 x 1 Itabaiana, uma merecida virada.
CENA DO PÓS CREDITOS
Quando todos já se preparavam para saírem risonhos e começar a festa no estacionamento do nosso santuário, Iury Castilho, aos 40 minutos do segundo tempo, alerta que ainda tinha mais. Ele vinha de lesão sofrida no clássico e precisava desta partida para ter uma injeção de confiança. Em um oportunismo característico encontra uma bola dentro da área e marca Vitória 3 x 1 Itabaiana.
Diga aí. Que achou?
Compartilhe nas redes
EMOÇÃO COLOSSAL – por Emerson Leandro Silva
A noite de ontem em nosso santuário tinha tudo para terminar como um filme de terror, mas a garra e vontade de vencer deste elenco é um caso de amor digno dos clássicos romance hollywoodianos.
Eu ainda estava sob o efeito do excelente trabalho de contratações de nossa diretoria e conversava com Icaro Simões, um amigo da época da faculdade (torcedor ressabiado, mas apaixonado pelo Leão). Quis saber: “quanto será o jogo? Arrisca um palpite aê” e ele cravou Vitória 3 x 1 Itabaiana. Se fez uma fezinha, deve estar com um largo sorriso e alguns dígitos a mais na conta.
O que ele não anteviu foi o longo e árduo caminho que precisaríamos percorrer para chegar a este placar. O roteiro da partida previamente escrito pelas campanhas das duas equipes diziam que faríamos um jogo de ataque e, no máximo, o Itabaiana estacionaria um ônibus e exploraria os contra-ataques. Os caras não venciam a duas rodadas, nos enfrentaria em nossa casa, motivados para melhorar nossa posição na tabela da Lampions Legue.
O LEÃO É O MEU MALVADO FAVORITO
Na nossa versão do filme o Vitória também é o mocinho que no primeiro momento parece fazer de tudo para se mostrar como o vilão. Assim que a partida começou eu percebi que a mesma morosidade dos últimos três jogos se repetiria, como se fosse um dos planos maléficos de Gru contra os poucos cabelos que carrego na cabeça. Nós tínhamos a posse de bola, mas éramos pouco efetivo em nossos ataques e o goleiro dos caras estava em uma noite inspirada spoiler: e isto pioraria ainda mais ao longo do enredo.
Em um dos poucos lances do primeiro tempo em que o Tremendão da Serra pisou no ataque, a bola sobrou nos pés de Rodrigo Andrade que em um belo lançamento para Osvaldo “o possesso”, no estilo Forrest Gump, aposta corrida com o zagueiro adversário, chega antes na bola e sofre uma falta criminosa, provocando a expulsão o defensor dos caras. Agora sim, o jogo é nosso!
“PRAZER” O PLOT TWIST DO LEÃO
No cinema, geralmente, este é o momento em que tudo parece favorecer o mocinho. Ele alcança o que tanto almeja, é agraciado com alguma benção incrível ou visivelmente atinge um novo patamar significativo de sua jornada, mas no ar paira uma espécie de desconfiança coletiva de que é cedo demais para comemorar e, do mais absoluto nada, a história sofre uma reviravolta e todo cenário de encanto e positividade vai por água abaixo. Ontem à noite no Barradão não foi diferente.
O goleiro dos caras não era o protagonista da partida por operar milhares, era também um talentoso ator coadjuvante que simulava contusões sempre fazia grandes defesas e depois de um tiro de meta, encontrou um companheiro isolado em nosso meio campo, que numa sucessão de lances dignos de uma comédia paspalhão, encontrou uma brecha em nossa defesa, viu Muriel espalmar uma bola aparentemente fácil, e assistir paralisado o bom atacante dos caras abrir o placar. Vitória 0 x 1 Itabaiana. Fim do primeiro tempo.
DE MISSÃO IMPOSSÍVEL AO O ILUMINADO
A noite de Jeferson, arqueiro dos caras, era digna de uma atuação de gala. Aos 5 minutos do segundo tempo, em uma bola alçada na área, Zeca encontra Matheusinho que acerta um belo cabeceio, mas, mais uma vez, o goleiro faz um milagre e ainda conta com a sorte, pois com requintes de crueldade a bola toca o travessão antes sair pela linha de fundo. Aos 19, em outra bola para o nosso intrépido herói, Matheusinho, gira rapidamente e com sua canhotinha mágica acerta um belo chute, só que na trave. Era um verdadeiro massacre e sempre nos víamos parando em Jefferson, o exército de um homem só. Mas Condé, nosso poderoso chefão, decidiu assumir a rédeas da partida, tirou Dudu que não estava bem e colocou Daniel Jr. Sacou Mateus Gonçalves e pôs Iury Castilho. Substituiu Osvaldo “o possesso” por Zé Hugo “o predestinado”. Em seu primeiro lance na partida Zé Hugo sofre uma falta e logo em seguida marca de cabeça, Vitória 1 x 1 Itabaiana.
A OBRA DE ARTE DE CAMUTANGA
A torcida subiu o tom nas arquibancadas, o time correspondeu em campo e se o domínio já era amplo ele cresceu ainda mais. Em uma troca de bola envolvente, Alerrandro sai da área, recebe a bola de Rodrigo Andrade e sofre uma entrada criminosa do zagueiro amarelado do Tremendão da Serra, que leva o segundo amarelo e é expulso. Já estava de bom tamanho, tudo estava desenhado para que nossa superioridade numérica se traduzisse também no placar, era apenas uma questão de tempo, mas eis que os deuses da sétima arte decidiram nos sorrir e inspirar Camutanga que, numa pintura, acerta um míssel e decreta Vitória 2 x 1 Itabaiana, uma merecida virada.
CENA DO PÓS CREDITOS
Quando todos já se preparavam para saírem risonhos e começar a festa no estacionamento do nosso santuário, Iury Castilho, aos 40 minutos do segundo tempo, alerta que ainda tinha mais. Ele vinha de lesão sofrida no clássico e precisava desta partida para ter uma injeção de confiança. Em um oportunismo característico encontra uma bola dentro da área e marca Vitória 3 x 1 Itabaiana.