A imprensa sulista fala mal da seleção brasileira a décadas, você acha mesmo que pegariam leve com um time do nordeste na má fase que o Vitória está?
Ontem depois de receber um vídeo da Copa de 94 em que o comentarista esportivo Orlando Duarte, fala mal de Bebeto e sugere que Miler ou Viola é mais útil para aquela seleção. No lance seguinte, depois de um passe de Romario, Bebeto da uma colocadinha no canto, dando números finais a duríssima partida contra os Estados Unidos, anfitrião daquela copa. Eu dizia Erick Cerqueira “trabalhar com imprensa esportiva é a coisa mais fácil do mundo. Você fala bobagem e ainda é pago por isto.”
É parte da nossa cultura e, obviamente, aumenta audiência. O que é negativo sempre atrairá mais olhares e, como estamos falando de um negócio, atenção é igual a audiência, que por tabela é igual a possibilidade de lucro. Se você quiser achar uma nesga de informação procurando em algum site da imprensa sulista, terá de fazer uma pesquisa aprofundada, montar um verdadeiro quebra-cabeças e espremer, matérias e mais matérias até extrair um pouco de sumo de informação e algo próximo a imparcialidade.
A IMPRENSA LUCRA COM CULPADOS, MAS BUSCA TAMBÉM HERÓIS
Foi segundo esta lógica que Condé era “estrategista”, “estudioso” e conseguiu graças ao trabalho de uma diretoria competentíssima bater nosso maior rival e sagrar-se campeão baiano depois de cinco anos de Jejum, além da conquista do nosso primeiro campeonato nacional. Este mesmo Condé transformou-se em apenas três rodas em “treinador de segunda divisão” e a diretoria outrora genial, transformou-se em irresponsável e cega ao montar um elenco fraco.
É óbvio que nosso time está tecnicamente abaixo da maioria dos times da competição, no entanto, a imprensa sulista comumente se esquece de dizer em suas matérias a dificuldade financeira que a diretoria enfrenta. Este é o tipo de informação que não vende, é preciso apontar culpados, dizer que “a montagem do elenco foi confusa”, que “a demissão de Condé foi inexplicável” e agora a mira será Carpini.
Thiago Carpini assumiu o comando técnico do Vitória em um momento de turbulência, buscando encontrar a formação ideal para reverter a fase negativa da equipe. Em três partidas sob sua direção, o técnico experimentou diferentes estratégias. O céu cinzento sobre seus ombros ostenta uma torcida enraivecida com o momento que o time atravessa e, obvio que tem razão, mas desde que assumiu o comando técnico do Vitória, Carpini tem experimentado diferentes combinações, atendido o anseio da torcida e como um chef que mistura ingredientes variados em busca da receita perfeita para conseguir vencer. O máximo que conseguiu com os ingredientes que tem em mãos, com três ideias distintas, foi o amargo sabor de duas derrotas e apenas um empate.
Contra o Botafogo a expectativa era alta por que jogaríamos em nossa casa e começamos muito bem a partida. Carpini, teve o luxo de uma semana cheia de treinos antes de sua estreia nesta partida. Ele decidiu ousar, escalando um time ofensivo. Matheusinho, o maestro do meio-campo, coordenava um ataque triplo com Iury Castilho, Janderson e Luiz Adriano, mas o resultado não veio.
Contra o Atlético-GO de volta ao Campeonato Brasileiro, Carpini tinha um novo plano. Daniel Júnior, iluminado pelo gol na partida anterior, ganhou a titularidade. Ao lado de Matheusinho, que agora jogava mais aberto, ele prometia criatividade e dinamismo. Mas o destino tinha outros planos. A expulsão de PK no final do primeiro tempo foi um golpe cruel e, com um jogador a menos, o Vitória viu o Atlético-GO marcar primeiro e depois ampliar, transformando a esperança em frustração. Mais uma derrota em casa, mais um obstáculo na estrada tortuosa da Série A.
Contra o Cuiabá, em busca de Estabilidade Carpini Decidido a fortalecer a defesa, escalou três volantes de marcação: Willian Oliveira, Luan e Caio Vinícius. A estratégia era clara: não sofrer gols. E funcionou, pelo menos defensivamente. Mas a rigidez tática cobrou seu preço na criatividade ofensiva. O empate sem gols foi um alívio por não ter sido uma derrota, mas também uma decepção pela falta de oportunidades concretas. Por mais que eu discorde de suas decisões, a verdade é que nada está definido e, mesmo não sendo a evolução que eu desejava, é preciso reconhecer que não sofrer gols, nem ter um jogador expulso, ante o atual contexto é uma esperança de “copo meio cheio”, sim.
Sete partidas na Série A e apenas dois pontos conquistados. O Vitória, na penúltima posição, busca desesperadamente uma virada de sorte. Na próxima terça-feira, contra o Juventude, Carpini terá outra chance de ajustar seu time. Os retornos de Dudu e PK oferecem uma nova esperança. Deus queira que funcione, amém igreja?
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A CULPA É DE QUEM? – POR EMERSON LEANDRO SILVA
A imprensa sulista fala mal da seleção brasileira a décadas, você acha mesmo que pegariam leve com um time do nordeste na má fase que o Vitória está?
Ontem depois de receber um vídeo da Copa de 94 em que o comentarista esportivo Orlando Duarte, fala mal de Bebeto e sugere que Miler ou Viola é mais útil para aquela seleção. No lance seguinte, depois de um passe de Romario, Bebeto da uma colocadinha no canto, dando números finais a duríssima partida contra os Estados Unidos, anfitrião daquela copa. Eu dizia Erick Cerqueira “trabalhar com imprensa esportiva é a coisa mais fácil do mundo. Você fala bobagem e ainda é pago por isto.”
É parte da nossa cultura e, obviamente, aumenta audiência. O que é negativo sempre atrairá mais olhares e, como estamos falando de um negócio, atenção é igual a audiência, que por tabela é igual a possibilidade de lucro. Se você quiser achar uma nesga de informação procurando em algum site da imprensa sulista, terá de fazer uma pesquisa aprofundada, montar um verdadeiro quebra-cabeças e espremer, matérias e mais matérias até extrair um pouco de sumo de informação e algo próximo a imparcialidade.
A IMPRENSA LUCRA COM CULPADOS, MAS BUSCA TAMBÉM HERÓIS
Foi segundo esta lógica que Condé era “estrategista”, “estudioso” e conseguiu graças ao trabalho de uma diretoria competentíssima bater nosso maior rival e sagrar-se campeão baiano depois de cinco anos de Jejum, além da conquista do nosso primeiro campeonato nacional. Este mesmo Condé transformou-se em apenas três rodas em “treinador de segunda divisão” e a diretoria outrora genial, transformou-se em irresponsável e cega ao montar um elenco fraco.
É óbvio que nosso time está tecnicamente abaixo da maioria dos times da competição, no entanto, a imprensa sulista comumente se esquece de dizer em suas matérias a dificuldade financeira que a diretoria enfrenta. Este é o tipo de informação que não vende, é preciso apontar culpados, dizer que “a montagem do elenco foi confusa”, que “a demissão de Condé foi inexplicável” e agora a mira será Carpini.
Thiago Carpini assumiu o comando técnico do Vitória em um momento de turbulência, buscando encontrar a formação ideal para reverter a fase negativa da equipe. Em três partidas sob sua direção, o técnico experimentou diferentes estratégias. O céu cinzento sobre seus ombros ostenta uma torcida enraivecida com o momento que o time atravessa e, obvio que tem razão, mas desde que assumiu o comando técnico do Vitória, Carpini tem experimentado diferentes combinações, atendido o anseio da torcida e como um chef que mistura ingredientes variados em busca da receita perfeita para conseguir vencer. O máximo que conseguiu com os ingredientes que tem em mãos, com três ideias distintas, foi o amargo sabor de duas derrotas e apenas um empate.
Contra o Botafogo a expectativa era alta por que jogaríamos em nossa casa e começamos muito bem a partida. Carpini, teve o luxo de uma semana cheia de treinos antes de sua estreia nesta partida. Ele decidiu ousar, escalando um time ofensivo. Matheusinho, o maestro do meio-campo, coordenava um ataque triplo com Iury Castilho, Janderson e Luiz Adriano, mas o resultado não veio.
Contra o Atlético-GO de volta ao Campeonato Brasileiro, Carpini tinha um novo plano. Daniel Júnior, iluminado pelo gol na partida anterior, ganhou a titularidade. Ao lado de Matheusinho, que agora jogava mais aberto, ele prometia criatividade e dinamismo. Mas o destino tinha outros planos. A expulsão de PK no final do primeiro tempo foi um golpe cruel e, com um jogador a menos, o Vitória viu o Atlético-GO marcar primeiro e depois ampliar, transformando a esperança em frustração. Mais uma derrota em casa, mais um obstáculo na estrada tortuosa da Série A.
Contra o Cuiabá, em busca de Estabilidade Carpini Decidido a fortalecer a defesa, escalou três volantes de marcação: Willian Oliveira, Luan e Caio Vinícius. A estratégia era clara: não sofrer gols. E funcionou, pelo menos defensivamente. Mas a rigidez tática cobrou seu preço na criatividade ofensiva. O empate sem gols foi um alívio por não ter sido uma derrota, mas também uma decepção pela falta de oportunidades concretas. Por mais que eu discorde de suas decisões, a verdade é que nada está definido e, mesmo não sendo a evolução que eu desejava, é preciso reconhecer que não sofrer gols, nem ter um jogador expulso, ante o atual contexto é uma esperança de “copo meio cheio”, sim.
Sete partidas na Série A e apenas dois pontos conquistados. O Vitória, na penúltima posição, busca desesperadamente uma virada de sorte. Na próxima terça-feira, contra o Juventude, Carpini terá outra chance de ajustar seu time. Os retornos de Dudu e PK oferecem uma nova esperança. Deus queira que funcione, amém igreja?