Todo torcedor do Vitória sabe que parece existir uma predileção por perder pontos para adversários horríveis. Ontem, mais uma vez, mesmo que não tenhamos perdido a partida, foi justamente o que aconteceu novamente. As vaias ao final da partida são justas, porque, de fato, é preciso ter muita paciência e sangue frio para ver, em mais um lance de pura cabacice, escapar os três pontos nos acréscimos da partida.
Eu entendo que todo treinador tem suas convicções (pra não dizer teimosia), mas existem situações que são insustentáveis, velho. Insistir com Lucas Braga é um dos erros mais gritantes do futebol brasileiro nas últimas duas décadas. Contra o Sport, nem mesmo a função tática de cobrir o pivete da nossa lateral esquerda ele conseguiu desempenhar.
Felipe Cardoso, em três minutos em campo, fez o que Braga não conseguiu produzir em toda a temporada.
Os adversários do Vitória já entenderam que há um mapa que deve ser explorado, e ele fica em nosso lado esquerdo por conta de Maicon estar claramente verde para o nível de uma competição como o Brasileirão. Nesta brincadeira, para compensar esta deficiência, sobrecarregamos Zé Marcos e deixamos de ter um atacante pela ponta. Qual a dificuldade de colocar Braga no banco, sacar o pivetinho, promover a entrada de Edu e improvisar Zé Marcos na lateral esquerda até que Sepúlveda chegue ou qualquer outro lateral com cancha suficiente?
O Vitória não pode ser promovido de clínica de recuperação de jogadores a CIEE de jovem aprendiz. Até quando teremos de confiar na genialidade, sorte e competência de Arcanjo? É um risco altíssimo, e com adversários mais letais do que estes que enfrentamos até então, será praticamente impossível pontuar no que nos resta de competição.
CURTAS: NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
O Vitória voltou a chutar em gol e, mesmo que ontem tenha sido uma noite inspirada do goleiro adversário, me dá um fio de esperança esta mudança de postura.
Henzo Lopes, quando entra, tem conseguido entregar o que precisamos, que é ter a capacidade de reter a bola como pivô, e, além disso, fez um gol ontem de puro faro de centroavante.
Cárceres, mais uma vez, defensivamente comeu a bola e, de maneira surpreendente, tem conseguido pisar no ataque e ser efetivo — não apenas por conta do passe para o gol, mas sobretudo pela constância em conseguir fazer o box-to-box nas últimas três partidas.
Arcanjo é um monstro como sempre e, para mim, cada jogo nosso é um jogo a menos dele no Vitória, porque, voando deste jeito, ele não permanecerá para a próxima temporada.
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MAIS UMA VEZ CABAÇOS – POR EMERSON LEANDRO SILVA
Todo torcedor do Vitória sabe que parece existir uma predileção por perder pontos para adversários horríveis. Ontem, mais uma vez, mesmo que não tenhamos perdido a partida, foi justamente o que aconteceu novamente. As vaias ao final da partida são justas, porque, de fato, é preciso ter muita paciência e sangue frio para ver, em mais um lance de pura cabacice, escapar os três pontos nos acréscimos da partida.
Eu entendo que todo treinador tem suas convicções (pra não dizer teimosia), mas existem situações que são insustentáveis, velho. Insistir com Lucas Braga é um dos erros mais gritantes do futebol brasileiro nas últimas duas décadas. Contra o Sport, nem mesmo a função tática de cobrir o pivete da nossa lateral esquerda ele conseguiu desempenhar.
Felipe Cardoso, em três minutos em campo, fez o que Braga não conseguiu produzir em toda a temporada.
Os adversários do Vitória já entenderam que há um mapa que deve ser explorado, e ele fica em nosso lado esquerdo por conta de Maicon estar claramente verde para o nível de uma competição como o Brasileirão. Nesta brincadeira, para compensar esta deficiência, sobrecarregamos Zé Marcos e deixamos de ter um atacante pela ponta. Qual a dificuldade de colocar Braga no banco, sacar o pivetinho, promover a entrada de Edu e improvisar Zé Marcos na lateral esquerda até que Sepúlveda chegue ou qualquer outro lateral com cancha suficiente?
O Vitória não pode ser promovido de clínica de recuperação de jogadores a CIEE de jovem aprendiz. Até quando teremos de confiar na genialidade, sorte e competência de Arcanjo? É um risco altíssimo, e com adversários mais letais do que estes que enfrentamos até então, será praticamente impossível pontuar no que nos resta de competição.
CURTAS: NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
O Vitória voltou a chutar em gol e, mesmo que ontem tenha sido uma noite inspirada do goleiro adversário, me dá um fio de esperança esta mudança de postura.
Henzo Lopes, quando entra, tem conseguido entregar o que precisamos, que é ter a capacidade de reter a bola como pivô, e, além disso, fez um gol ontem de puro faro de centroavante.
Cárceres, mais uma vez, defensivamente comeu a bola e, de maneira surpreendente, tem conseguido pisar no ataque e ser efetivo — não apenas por conta do passe para o gol, mas sobretudo pela constância em conseguir fazer o box-to-box nas últimas três partidas.
Arcanjo é um monstro como sempre e, para mim, cada jogo nosso é um jogo a menos dele no Vitória, porque, voando deste jeito, ele não permanecerá para a próxima temporada.