O texto de hoje não será sobre mais uma partida de futebol de nosso estadual, mas sim sobre os personagens que tornaram possível mais um passo, rumo ao resgate de um clube que é colossal.

O Vitória tem em sua história um rastro de protagonismo e dimensão gigantescas no cenário nacional, mas nos últimos cinco anos teve de conviver com uma verdade incômoda… camisa, tradição e resultados do passado não são suficientes para se manter no topo. É por isso que o destaque da partida será para personagens que, mesmo não entrado em campo, nos fizeram classificar para a semi-final depois de uma sequência de eliminações precoces no estadual.

A postura de nossa diretoria, a maneira como nosso técnico tem encarado cada partida, o fato de termos saído de uma Série C do brasileirão, atingirmos a elite depois de nosso primeiro título nacional e cravar que a nossa missão em todas competições será, nas palavras de Léo Condé, fazer com que voltemos a ser protagonista é o que deve ser exaltado depois da partida de ontem. Fábio Mota sempre ressalta que é um torcedor que se transformou em presidente e esta é, de fato, a maior virtude deste clube. A torcida do Vitória é apaixonada pelo clube e quando esta paixão ganha poder de intervenção nas decisões estratégicas, o que se vê é o estado de graça nas partidas no Barradão e se traduz em uma campanha que fará de nosso santuário o décimo segundo jogador.

CHAMA A SAMU, CHAMA A SAMU, DESDE 97…

O processo de simbiose entre diretoria, comissão técnica, elenco e torcida permitiu que resistíssemos ao assédio de “investidores SAF”, que ainda na Série C tentaram comprar parte de nosso time. A injeção de capital financeiro a época significaria uma melhora momentânea que, de acordo com nosso presidente, nos ajudaria a sanar diversos problemas. No entanto, negociaria o valor intangível de nosso patrimônio e verdade seja dita… é preciso ter coragem, ombridade e um compromisso com o clube para entender a diferença entre preço e o valor de nossa camisa ao dizer não aos investidores.

Quando eu vejo Osvaldo dar entrevistas emocionadas por estar jogando conosco e, mesmo sendo um jogador com 36 anos, consagrado nacionalmente, disputar todo lance com a saúde de um garoto da base, é impossível não notar o brio deste clube que resulta de um trabalho sério, planejamento estratégico feito com inteligência, pés no chão e a ambição de sermos cada dia melhor.

Houve uma época que os clubes do nordeste era vistos como depósito de jogadores “aposentados em atividade”, aqui não! Luan que visivelmente chegou abaixo do jogador que já foi tem sido utilizado de maneira comedida e gradual, sem espaço para estrelismos. Condé já disse inúmeras vezes que para que suas participações aumentem, tudo depende dele. Luiz Adriano, que de acordo com o Ge, é aguardado em Salvador para ser o novo reforço da temporada, queria que seu vínculo fosse por duas temporadas, mas o Vitória quer por apenas uma.

Em entrevista concedida ao Arena Rubro-Negra, depois da partida, Fabio Mota disse ao ser questionado sobre o atacante:
“No momento, a gente não vai confirmar porque não está no BID (Boletim Informativo Diário da CBF). Eu posso dizer que nós contratamos quatro jogadores que devem ser anunciados até quinta. Os quatro já estão contratados, estamos atrás de mais dois. Então, a ideia é que a gente anuncie esses seis nomes até quinta-feira. Amanhã, a gente deve anunciar dois, assim que regularizar a questão do BID, devemos anunciar mais dois na terça e brigar para mais dois na quarta. A ideia é essa e a gente vai brigar para a regularização.”

Sobre o jogo:

Ontem, no estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, o Vitória venceu facilmente o Itabuna pelo placar de 2×0 e rebaixou o time azulino. Os gols foram marcados por PK, aos 22 minutos do primeiro tempo depois do lateral esquerdo receber um passe açucarado de Alerrandro e acertar uma patada e mexer no placar. No segundo tempo, aos 18 minutos, Rodrigo Andrade encontra Osvaldo na grande área que encontrar Alerrandro, que depois de um giro de corpo, digno de um camisa nove, amplia o placar Itabuna 0 x 2 Vitória.