Quando a lista de relacionados foi divulgada, eu já sabia que teríamos de enfrentar Cáceres e Maycon Jesus. Todo time que nos enfrentou neste Brasileirão e venceu explorou estas duas avenidas. O primeiro gol do Vasco está na conta de Cáceres, e o terceiro e o quarto na de Maycon. Dito isto, já é um trabalho difícil atuar com menos dois, e o juiz decidiu inventar um pênalti e uma expulsão para os caras.
É preciso muito esforço pra classificar a mão de Cáceres como antinatural. Recaímos no mesmo lugar: a falta de critério dos árbitros no Brasileirão, que, com base nas vozes de sua cabeça, interpretou o empurrão de Halter como passível de amarelo.
A gente fez um primeiro tempo de respeito, digno de um time que luta, que não se entrega. Fomos para o intervalo na frente, mas saímos de campo sem nada — só com a revolta atravessada na garganta. Não dá pra aceitar calado: erros técnicos nossos pesaram, sim, mas a arbitragem foi confusa, incoerente e mexeu no rumo da partida.
Voltar de mãos abanando para Salvador, depois do que a gente jogou na etapa inicial, é um tapa na cara. A derrota nos mantém sem vencer fora de casa e ainda atolados na zona maldita do rebaixamento. Mas eu vi, nós vimos: o time começa a absorver as ideias de Jair Ventura. Tem lampejos, tem reação, tem algo que pode ser o caminho da salvação. A grande questão é saber se ainda dá tempo.
O jogo começou torto: cinco minutos e o Vasco já tinha aberto o placar. Aquilo poderia ter desmoronado qualquer time, mas não o nosso. Mantivemos a bola no chão, mostramos coragem e fomos superiores. A virada ainda no primeiro tempo foi justa, construída na base do trabalho: bola parada bem treinada, um time mais alto, ganhando no jogo aéreo. Cantalapiedra, criticado no jogo contra o Grêmio, se redimiu. Empatou e depois colocou na cabeça de Lucas Halter o segundo. Aquilo era o Vitória que a gente quer ver: concentrado, competitivo, brigando de igual para igual.
O SEGUNDO TEMPO INSANO
O Vasco voltou pilhado, nos empurrou para trás e empatou cedo. A gente até chegou a marcar o terceiro, mas o impedimento nos segurou. Depois veio o caos: pênalti para o Vasco em um toque de mão, no mínimo questionável; expulsão de Halter, tão questionável quanto; empate nosso logo em seguida… seis minutos de loucura pura. E, claro, no apagar das luzes, aos 51, levamos o golpe fatal. Um cruzamento, um projeto de lateral na marcação e o cabeceio que matou qualquer chance de reação.
Eu sei que não dá pra colocar tudo na conta da arbitragem. A gente começou desligado os dois tempos, tomou gol cedo, sofreu com laterais fracos e ainda perdeu um zagueiro expulso quando já tinha levado três. O sistema com três atrás não está trazendo a segurança prometida. Mas, convenhamos, quando a balança já pende contra a gente, qualquer detalhe vira uma avalanche.
Agora temos a pausa da Data Fifa e, depois, o clássico contra o Bahia no Barradão. Se quisermos sobreviver, é ali que temos que mostrar quem somos. Eu, como torcedor, não desisto. A gente já sofreu demais para desistir agora. O que aconteceu em São Januário foi um assalto contra o nosso esforço. Nós lutamos, nós reagimos, nós acreditamos — e fomos roubados descaradamente.
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UM GRANDE JOGO PARA UM JUIZ NANICO – POR EMERSON LEANDRO SILVA
Quando a lista de relacionados foi divulgada, eu já sabia que teríamos de enfrentar Cáceres e Maycon Jesus. Todo time que nos enfrentou neste Brasileirão e venceu explorou estas duas avenidas. O primeiro gol do Vasco está na conta de Cáceres, e o terceiro e o quarto na de Maycon. Dito isto, já é um trabalho difícil atuar com menos dois, e o juiz decidiu inventar um pênalti e uma expulsão para os caras.
É preciso muito esforço pra classificar a mão de Cáceres como antinatural. Recaímos no mesmo lugar: a falta de critério dos árbitros no Brasileirão, que, com base nas vozes de sua cabeça, interpretou o empurrão de Halter como passível de amarelo.
A gente fez um primeiro tempo de respeito, digno de um time que luta, que não se entrega. Fomos para o intervalo na frente, mas saímos de campo sem nada — só com a revolta atravessada na garganta. Não dá pra aceitar calado: erros técnicos nossos pesaram, sim, mas a arbitragem foi confusa, incoerente e mexeu no rumo da partida.
Voltar de mãos abanando para Salvador, depois do que a gente jogou na etapa inicial, é um tapa na cara. A derrota nos mantém sem vencer fora de casa e ainda atolados na zona maldita do rebaixamento. Mas eu vi, nós vimos: o time começa a absorver as ideias de Jair Ventura. Tem lampejos, tem reação, tem algo que pode ser o caminho da salvação. A grande questão é saber se ainda dá tempo.
O jogo começou torto: cinco minutos e o Vasco já tinha aberto o placar. Aquilo poderia ter desmoronado qualquer time, mas não o nosso. Mantivemos a bola no chão, mostramos coragem e fomos superiores. A virada ainda no primeiro tempo foi justa, construída na base do trabalho: bola parada bem treinada, um time mais alto, ganhando no jogo aéreo. Cantalapiedra, criticado no jogo contra o Grêmio, se redimiu. Empatou e depois colocou na cabeça de Lucas Halter o segundo. Aquilo era o Vitória que a gente quer ver: concentrado, competitivo, brigando de igual para igual.
O SEGUNDO TEMPO INSANO
O Vasco voltou pilhado, nos empurrou para trás e empatou cedo. A gente até chegou a marcar o terceiro, mas o impedimento nos segurou. Depois veio o caos: pênalti para o Vasco em um toque de mão, no mínimo questionável; expulsão de Halter, tão questionável quanto; empate nosso logo em seguida… seis minutos de loucura pura. E, claro, no apagar das luzes, aos 51, levamos o golpe fatal. Um cruzamento, um projeto de lateral na marcação e o cabeceio que matou qualquer chance de reação.
Eu sei que não dá pra colocar tudo na conta da arbitragem. A gente começou desligado os dois tempos, tomou gol cedo, sofreu com laterais fracos e ainda perdeu um zagueiro expulso quando já tinha levado três. O sistema com três atrás não está trazendo a segurança prometida. Mas, convenhamos, quando a balança já pende contra a gente, qualquer detalhe vira uma avalanche.
Agora temos a pausa da Data Fifa e, depois, o clássico contra o Bahia no Barradão. Se quisermos sobreviver, é ali que temos que mostrar quem somos. Eu, como torcedor, não desisto. A gente já sofreu demais para desistir agora. O que aconteceu em São Januário foi um assalto contra o nosso esforço. Nós lutamos, nós reagimos, nós acreditamos — e fomos roubados descaradamente.