Eu já me cansei de repetir: o Vitória não tem margem para erro. Se quiser escapar do rebaixamento, precisa jogar no limite, com intensidade e foco absolutos. Mas o que eu vi contra o Grêmio foi um festival de falhas, uma sucessão de erros que desmontou qualquer esperança de reação. Perdemos por 3 a 1 e, sinceramente, não foi por acaso. Foi por incompetência.
O jogo até começou com um certo brilho. Jair Ventura, na estreia, armou o time com três zagueiros, reforçou o meio com Baralhas e Ronald e deu espaço a Aitor. A estratégia funcionou no início: travamos os laterais do Grêmio, controlamos o jogo e tivemos chances. Mas aí veio o que já virou marca registrada do Vitória: desperdiçar o que não se pode desperdiçar. Aitor teve duas chances claras e conseguiu errar as duas.
Time que briga para sobreviver não pode dar esse luxo ao adversário.
Veio o segundo tempo e, por alguns minutos, eu acreditei. O empate veio cedo, novamente com uma nova oportunidade para Aitor em uma sobra de bola, e o cenário parecia mudar. A torcida do Grêmio começava a perder a paciência, o Vitória tinha a chance de virar o jogo e transformar a partida em símbolo de retomada. Mas aí, como sempre, nos sabotamos. Recuamos demais, desperdiçamos outra chance clara e, no lance seguinte, Aitor perdeu a bola no meio e entregou o segundo gol de bandeja. Dali em diante, foi o caos: Jair mexeu mal, Matheuzinho e Osvaldo entraram e nada acrescentaram, e a defesa, como de costume, permitiu o terceiro gol. Cáceres, visivelmente aquém fisicamente, levou um drible ridículo e a zaga inteira assistiu o adversário concluir.
É revoltante. O Vitória até mostrou que, quando está organizado, consegue competir. Mas basta um erro para o castelo desmoronar. Jogamos com a corda no pescoço, mas insistimos em atitudes de time amador. Não existe milagre sem disciplina, sem foco e sem vontade de matar o jogo quando as chances aparecem.
Agora, sejamos claros: não dá para colocar a culpa em Jair Ventura. Ele mal chegou, teve quatro treinos e fez o que pôde. O problema está dentro de campo, na falta de competência de quem veste a camisa. Se não houver uma mudança radical de postura, não adianta trocar treinador, nem rezar — o rebaixamento será só questão de tempo.
Contra o Ceará, quinta-feira, não há espaço para desculpas. Ou esse time reage de uma vez, jogando com sangue nos olhos, ou é melhor já aceitar o destino e se preparar para mais um vexame na Série B.
Diga aí. Que achou?
Compartilhe nas redes
O ERRO ZERO É IMPOSSÍVEL, AO MENOS PARA NÓS – POR EMERSON LEANDRO SILVA
Eu já me cansei de repetir: o Vitória não tem margem para erro. Se quiser escapar do rebaixamento, precisa jogar no limite, com intensidade e foco absolutos. Mas o que eu vi contra o Grêmio foi um festival de falhas, uma sucessão de erros que desmontou qualquer esperança de reação. Perdemos por 3 a 1 e, sinceramente, não foi por acaso. Foi por incompetência.
O jogo até começou com um certo brilho. Jair Ventura, na estreia, armou o time com três zagueiros, reforçou o meio com Baralhas e Ronald e deu espaço a Aitor. A estratégia funcionou no início: travamos os laterais do Grêmio, controlamos o jogo e tivemos chances. Mas aí veio o que já virou marca registrada do Vitória: desperdiçar o que não se pode desperdiçar. Aitor teve duas chances claras e conseguiu errar as duas.
Time que briga para sobreviver não pode dar esse luxo ao adversário.
Veio o segundo tempo e, por alguns minutos, eu acreditei. O empate veio cedo, novamente com uma nova oportunidade para Aitor em uma sobra de bola, e o cenário parecia mudar. A torcida do Grêmio começava a perder a paciência, o Vitória tinha a chance de virar o jogo e transformar a partida em símbolo de retomada. Mas aí, como sempre, nos sabotamos. Recuamos demais, desperdiçamos outra chance clara e, no lance seguinte, Aitor perdeu a bola no meio e entregou o segundo gol de bandeja. Dali em diante, foi o caos: Jair mexeu mal, Matheuzinho e Osvaldo entraram e nada acrescentaram, e a defesa, como de costume, permitiu o terceiro gol. Cáceres, visivelmente aquém fisicamente, levou um drible ridículo e a zaga inteira assistiu o adversário concluir.
É revoltante. O Vitória até mostrou que, quando está organizado, consegue competir. Mas basta um erro para o castelo desmoronar. Jogamos com a corda no pescoço, mas insistimos em atitudes de time amador. Não existe milagre sem disciplina, sem foco e sem vontade de matar o jogo quando as chances aparecem.
Agora, sejamos claros: não dá para colocar a culpa em Jair Ventura. Ele mal chegou, teve quatro treinos e fez o que pôde. O problema está dentro de campo, na falta de competência de quem veste a camisa. Se não houver uma mudança radical de postura, não adianta trocar treinador, nem rezar — o rebaixamento será só questão de tempo.
Contra o Ceará, quinta-feira, não há espaço para desculpas. Ou esse time reage de uma vez, jogando com sangue nos olhos, ou é melhor já aceitar o destino e se preparar para mais um vexame na Série B.