NA SOMBRA, SORTE E BRILHANTISMO DE ARCANJO – POR EMERSON LEANDRO SILVA
Por Por 17/ 07/ 2025Categorias: Futebol, Vitória

A partida que Arcanjo fez ontem foi impecável e reforça o quanto ele é um excelente goleiro e, sem sombra de dúvidas, o mais constante em alta performance de nosso time. Embora isto seja digno de nota e louvável sob o ponto de vista individual é, ao mesmo tempo, sintomático. Pois, quando o defensor de um time é o craque do elenco, evidencia a carência do restante dos outros setores da equipe.

Confesso que ao término do jogo eu estava com um misto de alívio e preocupação. Empatar fora de casa contra um adversário como o Botafogo, que vem brigando na parte de cima da tabela, pode até parecer um bom resultado. Mas se a gente tirar o peso do escudo alvinegro e olhar friamente o que foi o jogo, é impossível dizer que temos algo a comemorar.

O Vitória sofreu – e sofreu muito. Especialmente pelo lado esquerdo, onde, mais uma vez, escancaramos uma ferida que insiste em não cicatrizar. E se não fosse por Lucas Arcanjo em noite absolutamente lendária, voltávamos do Rio com as mãos abanando. As mudanças feitas por Carille, em seu segundo jogo à frente do Leão, foram obrigatórias. Halter, fora por questões contratuais, deu lugar a Edu. No meio, Ryller entrou na vaga de Baralhas, suspenso. O esquema? O mesmo de sempre. Mas a execução… aí é outra história.

Ronald, volante de origem, continua sendo improvisado pela direita. Nem apoia, nem marca com eficiência. Matheuzinho, isolado como meia-atacante, parecia procurar alguém pra tabelar em um deserto. Kayzer, bem, parecia mais um ponto fixo no meio da zaga botafoguense do que uma ameaça real.

Os primeiros 20 minutos foram um verdadeiro pesadelo. Chegamos na área adversária uma única vez, e ainda assim em bola parada. Do outro lado, o Botafogo fazia o que queria pelo nosso lado esquerdo — aquele mesmo que já havia sido explorado contra o Internacional. Maykon Jesus e Lucas Braga, que deveria ajudar o menino, não deram conta. E quando a bola vinha por ali, era Arcanjo quem nos salvava. Salvou em duas cabeçadas perigosíssimas e ainda evitou o gol de Artur em um chute venenoso.

Depois disso, demos uma respirada. Fechamos mais os espaços, tentamos sair um pouco pro jogo, mas a dificuldade de manter a bola no pé nos impediu de avançar com consistência. A bola mal chegava no ataque, e quando chegava, morria sem perigo algum.

No fim da primeira etapa, mais do mesmo: cruzamento rasteiro pela esquerda, e Edu salvando quase em cima da linha. O número de finalizações no primeiro tempo diz tudo: Botafogo 10, Vitória 1. E ainda assim, fomos pro vestiário com o placar zerado. Mérito total do nosso goleiro.

O MASSACRE BOTAFOGUENSE E NOSSO MINISTRO DA DEFESA

No segundo tempo, o filme começou igual: pressão do Botafogo e a trave nos salvando em cabeçada de Arthur Cabral. Aí, Carille decidiu mexer. E, justiça seja feita, mexeu bem: colocou Osvaldo, Erick e Renzo López. Saíram Lucas Braga, Ronald e Kayzer. Mudanças que, pelo menos, nos tiraram da inércia.

Ainda tomamos um susto logo depois da reorganização, mas aos poucos o time se assentou. Passamos a reter mais a bola, ocupamos o campo adversário por mais tempo e diminuímos a avalanche de cruzamentos. O Vitória, finalmente, conseguiu se defender atacando — algo que pode, sim, ser um caminho para a recuperação.

Só que ainda falta muito. Criatividade, principalmente. Mesmo com mais presença ofensiva, finalizamos pouco. Seguimos dependentes de bola parada e sem nenhuma jogada clara de contra-ataque. É um problema que já vinha da era Carpini e que Carille precisa solucionar com urgência.

Nos minutos finais, vimos a estreia de Rúben Rodrigues. Entrou no lugar de Matheuzinho, mas pouco fez. O foco já era segurar o 0x0 — e, convenhamos, por pouco ele não escapou. Mais uma vez, cruzamento vindo do lado esquerdo, mais uma vez Arcanjo brilhando. Ainda teve o travessão pra nos ajudar, porque quando o goleiro não pega, a trave precisa colaborar.

Terminamos o jogo com 8 finalizações contra 21 do adversário. É, crescemos no segundo tempo, mas ainda estamos longe de ser um time competitivo por 90 minutos. O lado esquerdo da defesa continua sendo um calcanhar de Aquiles — e se a gente não corrigir isso logo, vai custar pontos preciosos.

O empate, por mais que traga um respiro, não pode mascarar as falhas. Mas talvez, só talvez, seja o ponto de partida para algo maior. O time precisa evoluir e, principalmente, pontuar. Neste domingo, tem Bragantino no Barradão. E a gente sabe: em casa, não dá mais pra desperdiçar chance.

Vamos pra cima Leão. Porque o Vitória é pra quem acredita!

 

É Rubro-negro de corpo, alma e coração. Além de escritor, Relações Públicas, Consultor de Marketing Digital e Social Media.

Diga aí. Que achou?

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NA SOMBRA, SORTE E BRILHANTISMO DE ARCANJO – POR EMERSON LEANDRO SILVA

Por Por 17/ 07/ 2025Categorias: Futebol, Vitória

A partida que Arcanjo fez ontem foi impecável e reforça o quanto ele é um excelente goleiro e, sem sombra de dúvidas, o mais constante em alta performance de nosso time. Embora isto seja digno de nota e louvável sob o ponto de vista individual é, ao mesmo tempo, sintomático. Pois, quando o defensor de um time é o craque do elenco, evidencia a carência do restante dos outros setores da equipe.

Confesso que ao término do jogo eu estava com um misto de alívio e preocupação. Empatar fora de casa contra um adversário como o Botafogo, que vem brigando na parte de cima da tabela, pode até parecer um bom resultado. Mas se a gente tirar o peso do escudo alvinegro e olhar friamente o que foi o jogo, é impossível dizer que temos algo a comemorar.

O Vitória sofreu – e sofreu muito. Especialmente pelo lado esquerdo, onde, mais uma vez, escancaramos uma ferida que insiste em não cicatrizar. E se não fosse por Lucas Arcanjo em noite absolutamente lendária, voltávamos do Rio com as mãos abanando. As mudanças feitas por Carille, em seu segundo jogo à frente do Leão, foram obrigatórias. Halter, fora por questões contratuais, deu lugar a Edu. No meio, Ryller entrou na vaga de Baralhas, suspenso. O esquema? O mesmo de sempre. Mas a execução… aí é outra história.

Ronald, volante de origem, continua sendo improvisado pela direita. Nem apoia, nem marca com eficiência. Matheuzinho, isolado como meia-atacante, parecia procurar alguém pra tabelar em um deserto. Kayzer, bem, parecia mais um ponto fixo no meio da zaga botafoguense do que uma ameaça real.

Os primeiros 20 minutos foram um verdadeiro pesadelo. Chegamos na área adversária uma única vez, e ainda assim em bola parada. Do outro lado, o Botafogo fazia o que queria pelo nosso lado esquerdo — aquele mesmo que já havia sido explorado contra o Internacional. Maykon Jesus e Lucas Braga, que deveria ajudar o menino, não deram conta. E quando a bola vinha por ali, era Arcanjo quem nos salvava. Salvou em duas cabeçadas perigosíssimas e ainda evitou o gol de Artur em um chute venenoso.

Depois disso, demos uma respirada. Fechamos mais os espaços, tentamos sair um pouco pro jogo, mas a dificuldade de manter a bola no pé nos impediu de avançar com consistência. A bola mal chegava no ataque, e quando chegava, morria sem perigo algum.

No fim da primeira etapa, mais do mesmo: cruzamento rasteiro pela esquerda, e Edu salvando quase em cima da linha. O número de finalizações no primeiro tempo diz tudo: Botafogo 10, Vitória 1. E ainda assim, fomos pro vestiário com o placar zerado. Mérito total do nosso goleiro.

O MASSACRE BOTAFOGUENSE E NOSSO MINISTRO DA DEFESA

No segundo tempo, o filme começou igual: pressão do Botafogo e a trave nos salvando em cabeçada de Arthur Cabral. Aí, Carille decidiu mexer. E, justiça seja feita, mexeu bem: colocou Osvaldo, Erick e Renzo López. Saíram Lucas Braga, Ronald e Kayzer. Mudanças que, pelo menos, nos tiraram da inércia.

Ainda tomamos um susto logo depois da reorganização, mas aos poucos o time se assentou. Passamos a reter mais a bola, ocupamos o campo adversário por mais tempo e diminuímos a avalanche de cruzamentos. O Vitória, finalmente, conseguiu se defender atacando — algo que pode, sim, ser um caminho para a recuperação.

Só que ainda falta muito. Criatividade, principalmente. Mesmo com mais presença ofensiva, finalizamos pouco. Seguimos dependentes de bola parada e sem nenhuma jogada clara de contra-ataque. É um problema que já vinha da era Carpini e que Carille precisa solucionar com urgência.

Nos minutos finais, vimos a estreia de Rúben Rodrigues. Entrou no lugar de Matheuzinho, mas pouco fez. O foco já era segurar o 0x0 — e, convenhamos, por pouco ele não escapou. Mais uma vez, cruzamento vindo do lado esquerdo, mais uma vez Arcanjo brilhando. Ainda teve o travessão pra nos ajudar, porque quando o goleiro não pega, a trave precisa colaborar.

Terminamos o jogo com 8 finalizações contra 21 do adversário. É, crescemos no segundo tempo, mas ainda estamos longe de ser um time competitivo por 90 minutos. O lado esquerdo da defesa continua sendo um calcanhar de Aquiles — e se a gente não corrigir isso logo, vai custar pontos preciosos.

O empate, por mais que traga um respiro, não pode mascarar as falhas. Mas talvez, só talvez, seja o ponto de partida para algo maior. O time precisa evoluir e, principalmente, pontuar. Neste domingo, tem Bragantino no Barradão. E a gente sabe: em casa, não dá mais pra desperdiçar chance.

Vamos pra cima Leão. Porque o Vitória é pra quem acredita!

 

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