ESTAMOS EXAUSTOS, MAS AINDA DE PÉ – POR EMERSON LEANDRO SILVA

Há uma espécie de círculo vicioso que ronda o Vitória e, consequentemente, impacta nossa maneira de enxergar os jogos e os resultados que temos disputado até então. Por conta disso, a imensa quantidade de jogos que temos feito ganha pouco ou nenhum peso no momento das análises. Mano, que pegou um Grêmio que havia feito 23 partidas até então, reclamou do excesso de jogos. Imagine o efeito em nós, que acabamos de completar 31 jogos.

Ano passado, na sexta rodada desta mesma competição, nós somávamos um mísero ponto, e na coletiva de imprensa no pós-jogo de ontem, grande parte das perguntas descrevia um time em derrocada. O fato do cansaço dos jogadores parece ser encarado como uma desculpa irreal de um Carpini que é, antes de qualquer coisa, um teimoso e “dono do Vitória”.

A IMPRENSA ESPORTIVA GOSTA DE SANGUE, E NADA MUDARÁ ISTO

“O Vitória errou no planejamento, já que sabia desde o início do ano que disputaria várias competições?” A lógica dessa pergunta feita ontem parece se sustentar na ideia de que não temos um elenco mais robusto e qualificado por mera escolha equivocada de nossa diretoria e comissão técnica.

O jogo de ontem não foi vistoso, nem tivemos um domínio total do nosso adversário — isto é um fato. Mas qual é a unidade de medida que está sendo usada para destilar todo este ódio e lógica pessimista? É o ranço? A comparação fria entre este time que aí está e o time que tínhamos no ano passado é discrepante e, mesmo assim, o que vejo é uma série de torcedores comendo pilha dos urubólogos de plantão.

O gol do empate de ontem foi feito por um dos campeões de críticas do atual elenco. “Ele não fez mais do que a obrigação dele.” Sustentar isto é delírio. Carpini deu descanso a Baralhas e Rhyler, escalou um meio-campo completamente diferente e fez um primeiro tempo em que chegamos mais ao ataque, fizemos triangulações e movimentações interessantes, e tudo o que vemos é: “ah, nada disto conta se tomamos o gol”.

O Vitória está longe do time que merecemos, mas para onde foi a fé que depositamos em nosso treinador, que, com o time do ano passado — visivelmente inferior —, nos trouxe de volta a uma competição internacional depois de uma década? O cara conseguiu isso com aquele time. Por que você não espera ao menos a metade do campeonato para prever onde estaremos no final da temporada?

É preciso cobrar geral? Claro que sim! Mas não podemos (ou não devemos) fazer isso de qualquer jeito, sem levar em consideração o nosso contexto físico, financeiro e de capacidade técnica. Agir assim, a meu ver, não é criticar, mas sim cornetar pelo simples prazer de agir desta forma.

P.S.: Carlinhos, o outrora execrado por grande parte da torcida, nos livrou da derrota. É um gênio do futebol por isso? Não, é claro. Mas, mais uma vez, a exemplo do que aconteceu com Lucas Braga contra o Fluminense, ele é útil — e, em um time com limitado poder aquisitivo, disputando uma competição de 38 rodadas, é preciso acreditar que isto será o bastante.

 

É Rubro-negro de corpo, alma e coração. Além de escritor, Relações Públicas, Consultor de Marketing Digital e Social Media.

Um comentário

  1. Luiz Dantas abril 28, 2025 at 8:33 pm - Reply

    Tendo a concordar com a reflexão de Emerson. Não temos o elenco que merecemos, mas temos um dos melhores técnicos da atualidade que, apesar de algumas posturas teimosas, consegue tirar “leite de pedra” e está conseguindo a duras penas, nos manter fora da ‘zona’.
    Temos um Presidente empolgado e visionário, mas graças a sua performance, o nosso Leão está se estruturando e, creio que alcançaremos resultados melhores.
    Continuemos vigilantes, cobrando melhorias dos atletas que temos e contratações pontuais para fazer a diferença… Porém, tenhamos um pouco mais de Paciência.
    Saudações Rubronegras.
    Vamos em frente meu LEÃO!

Diga aí. Que achou?

Compartilhe nas redes

ESTAMOS EXAUSTOS, MAS AINDA DE PÉ – POR EMERSON LEANDRO SILVA

Há uma espécie de círculo vicioso que ronda o Vitória e, consequentemente, impacta nossa maneira de enxergar os jogos e os resultados que temos disputado até então. Por conta disso, a imensa quantidade de jogos que temos feito ganha pouco ou nenhum peso no momento das análises. Mano, que pegou um Grêmio que havia feito 23 partidas até então, reclamou do excesso de jogos. Imagine o efeito em nós, que acabamos de completar 31 jogos.

Ano passado, na sexta rodada desta mesma competição, nós somávamos um mísero ponto, e na coletiva de imprensa no pós-jogo de ontem, grande parte das perguntas descrevia um time em derrocada. O fato do cansaço dos jogadores parece ser encarado como uma desculpa irreal de um Carpini que é, antes de qualquer coisa, um teimoso e “dono do Vitória”.

A IMPRENSA ESPORTIVA GOSTA DE SANGUE, E NADA MUDARÁ ISTO

“O Vitória errou no planejamento, já que sabia desde o início do ano que disputaria várias competições?” A lógica dessa pergunta feita ontem parece se sustentar na ideia de que não temos um elenco mais robusto e qualificado por mera escolha equivocada de nossa diretoria e comissão técnica.

O jogo de ontem não foi vistoso, nem tivemos um domínio total do nosso adversário — isto é um fato. Mas qual é a unidade de medida que está sendo usada para destilar todo este ódio e lógica pessimista? É o ranço? A comparação fria entre este time que aí está e o time que tínhamos no ano passado é discrepante e, mesmo assim, o que vejo é uma série de torcedores comendo pilha dos urubólogos de plantão.

O gol do empate de ontem foi feito por um dos campeões de críticas do atual elenco. “Ele não fez mais do que a obrigação dele.” Sustentar isto é delírio. Carpini deu descanso a Baralhas e Rhyler, escalou um meio-campo completamente diferente e fez um primeiro tempo em que chegamos mais ao ataque, fizemos triangulações e movimentações interessantes, e tudo o que vemos é: “ah, nada disto conta se tomamos o gol”.

O Vitória está longe do time que merecemos, mas para onde foi a fé que depositamos em nosso treinador, que, com o time do ano passado — visivelmente inferior —, nos trouxe de volta a uma competição internacional depois de uma década? O cara conseguiu isso com aquele time. Por que você não espera ao menos a metade do campeonato para prever onde estaremos no final da temporada?

É preciso cobrar geral? Claro que sim! Mas não podemos (ou não devemos) fazer isso de qualquer jeito, sem levar em consideração o nosso contexto físico, financeiro e de capacidade técnica. Agir assim, a meu ver, não é criticar, mas sim cornetar pelo simples prazer de agir desta forma.

P.S.: Carlinhos, o outrora execrado por grande parte da torcida, nos livrou da derrota. É um gênio do futebol por isso? Não, é claro. Mas, mais uma vez, a exemplo do que aconteceu com Lucas Braga contra o Fluminense, ele é útil — e, em um time com limitado poder aquisitivo, disputando uma competição de 38 rodadas, é preciso acreditar que isto será o bastante.

 

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  1. Luiz Dantas abril 28, 2025 at 8:33 pm - Reply

    Tendo a concordar com a reflexão de Emerson. Não temos o elenco que merecemos, mas temos um dos melhores técnicos da atualidade que, apesar de algumas posturas teimosas, consegue tirar “leite de pedra” e está conseguindo a duras penas, nos manter fora da ‘zona’.
    Temos um Presidente empolgado e visionário, mas graças a sua performance, o nosso Leão está se estruturando e, creio que alcançaremos resultados melhores.
    Continuemos vigilantes, cobrando melhorias dos atletas que temos e contratações pontuais para fazer a diferença… Porém, tenhamos um pouco mais de Paciência.
    Saudações Rubronegras.
    Vamos em frente meu LEÃO!

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