COM AZAR DIRETO DA ZONA – POR EMERSON LEANDRO SILVA

A estreia de Fábio Carille no comando do Vitória, sinceramente, não trouxe grandes surpresas para quem acompanha de perto o dia a dia rubro-negro. A sensação que tive no Beira-Rio foi a de déjà vu: mais uma vez, um Vitória que tenta resistir, que se defende bem, mas que pouco cria e paga caro por isso nos momentos finais. No sábado, esse filme se repetiu com um roteiro amargo. Gol do Internacional nos acréscimos, derrota por 1 a 0 e o aviso claro de que só se defender não será suficiente para mudar nossa situação no Brasileirão.

Confesso que, por alguns minutos, o empate parecia justo. Em termos de desempenho, esse jogo lembrou bastante aquele empate em Itaquera contra o Corinthians: a gente suportando bem, segurando a pressão, mas sem conseguir dar respostas no ataque. Quando o cronômetro entra no tempo extra, a esperança vira tensão – e, mais uma vez, vimos a corda arrebentar do nosso lado.

Carille teve apenas um treino para preparar o time, e isso pesa. Mas os velhos problemas, principalmente no setor ofensivo, continuam a nos assombrar. Seis jogos seguidos sem marcar um gol. É muita coisa para um time que quer permanecer na Série A. E voltar à zona de rebaixamento só torna o cenário ainda mais delicado.

Na escalação, Carille optou por Lucas Braga como titular e usou Ronald Lopes numa função mais aberta, pelo lado direito do meio-campo. A equipe alternava entre o 4-4-2 defensivo e o 4-2-3-1 quando tinha a bola, mas a verdade é que ficamos mais tempo nos defendendo. E nesse aspecto, houve mérito. A marcação individual de Baralhas em Alan Patrick funcionou, e Ronald contribuiu bastante na segunda linha de marcação. O Inter criou pouco, e isso foi fruto de uma estratégia bem executada.

Só que, com a bola nos pés, seguimos previsíveis. Lucas Braga teve atuação apagada, Matheuzinho não conseguiu desequilibrar, e Renato Kayzer foi engolido pelos zagueiros colorados. Do banco, vieram Renzo López, Osvaldo e Pepê, mas também não mudaram o cenário. Renzo, estreando, até tentou. Teve duas chances, mas em uma delas foi atrapalhado por Lucas Braga num lance que mais parecia esquete de comédia.

E quando a gente começa a achar que o 0 a 0 é lucro, lá vem ele: o erro individual. Uma marcação desatenta de Osvaldo, um rebote mal dado do Baralhas, e a bola sobrou limpa para Bruno Tabata acertar um belo chute. Gol do Inter. Fim de jogo e mais um banho de água fria.

Não dá para dizer que foi injusto. O Inter realmente buscou mais o gol. Mas a gente vinha fazendo uma partida sólida, dentro do que era possível. E é aí que mora o ponto: será que esse “possível” é suficiente? Carille ainda está começando, é verdade, mas o tempo é curto e a margem de erro menor ainda.

Seguimos na estrada. Agora é foco total no Botafogo, no Rio. Quarta-feira, 21h30, no Engenhão. É lá que teremos mais uma chance de mostrar que podemos ser mais do que um time que apenas se defende. Porque, se quisermos escapar do rebaixamento, vamos precisar reencontrar o caminho do gol – e rápido.

 

É Rubro-negro de corpo, alma e coração. Além de escritor, Relações Públicas, Consultor de Marketing Digital e Social Media.

Diga aí. Que achou?

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COM AZAR DIRETO DA ZONA – POR EMERSON LEANDRO SILVA

A estreia de Fábio Carille no comando do Vitória, sinceramente, não trouxe grandes surpresas para quem acompanha de perto o dia a dia rubro-negro. A sensação que tive no Beira-Rio foi a de déjà vu: mais uma vez, um Vitória que tenta resistir, que se defende bem, mas que pouco cria e paga caro por isso nos momentos finais. No sábado, esse filme se repetiu com um roteiro amargo. Gol do Internacional nos acréscimos, derrota por 1 a 0 e o aviso claro de que só se defender não será suficiente para mudar nossa situação no Brasileirão.

Confesso que, por alguns minutos, o empate parecia justo. Em termos de desempenho, esse jogo lembrou bastante aquele empate em Itaquera contra o Corinthians: a gente suportando bem, segurando a pressão, mas sem conseguir dar respostas no ataque. Quando o cronômetro entra no tempo extra, a esperança vira tensão – e, mais uma vez, vimos a corda arrebentar do nosso lado.

Carille teve apenas um treino para preparar o time, e isso pesa. Mas os velhos problemas, principalmente no setor ofensivo, continuam a nos assombrar. Seis jogos seguidos sem marcar um gol. É muita coisa para um time que quer permanecer na Série A. E voltar à zona de rebaixamento só torna o cenário ainda mais delicado.

Na escalação, Carille optou por Lucas Braga como titular e usou Ronald Lopes numa função mais aberta, pelo lado direito do meio-campo. A equipe alternava entre o 4-4-2 defensivo e o 4-2-3-1 quando tinha a bola, mas a verdade é que ficamos mais tempo nos defendendo. E nesse aspecto, houve mérito. A marcação individual de Baralhas em Alan Patrick funcionou, e Ronald contribuiu bastante na segunda linha de marcação. O Inter criou pouco, e isso foi fruto de uma estratégia bem executada.

Só que, com a bola nos pés, seguimos previsíveis. Lucas Braga teve atuação apagada, Matheuzinho não conseguiu desequilibrar, e Renato Kayzer foi engolido pelos zagueiros colorados. Do banco, vieram Renzo López, Osvaldo e Pepê, mas também não mudaram o cenário. Renzo, estreando, até tentou. Teve duas chances, mas em uma delas foi atrapalhado por Lucas Braga num lance que mais parecia esquete de comédia.

E quando a gente começa a achar que o 0 a 0 é lucro, lá vem ele: o erro individual. Uma marcação desatenta de Osvaldo, um rebote mal dado do Baralhas, e a bola sobrou limpa para Bruno Tabata acertar um belo chute. Gol do Inter. Fim de jogo e mais um banho de água fria.

Não dá para dizer que foi injusto. O Inter realmente buscou mais o gol. Mas a gente vinha fazendo uma partida sólida, dentro do que era possível. E é aí que mora o ponto: será que esse “possível” é suficiente? Carille ainda está começando, é verdade, mas o tempo é curto e a margem de erro menor ainda.

Seguimos na estrada. Agora é foco total no Botafogo, no Rio. Quarta-feira, 21h30, no Engenhão. É lá que teremos mais uma chance de mostrar que podemos ser mais do que um time que apenas se defende. Porque, se quisermos escapar do rebaixamento, vamos precisar reencontrar o caminho do gol – e rápido.

 

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