Bahia é melhor que Boston River. E o time reserva é melhor que o Náutico – por Erick Cerqueira
Fala, Nação Tricolor! Cá estou eu para falar de mais um triunfo do Bahia — o 23º do ano, nesse mundo de 43 partidas. E o mais interessante: finalmente pudemos tirar a dúvida que tanto pesava sobre as cabeças dos baianos: o Náutico é melhor que o Boston River?
Cheguei na Fonte em cima da hora e tomei um susto. A Ladeira da Fonte estava vazia, faltando poucos minutos para os times entrarem em campo. Subi correndo, passei pela biometria (massa!) e entrei no estádio, onde um público mirrado de 22 mil pessoas esperava o hino ao 2 de Julho ser tocado por uma banda militar. Tudo lindo. Até que o juiz apitou.
O time reserva do Bahia parecia sonolento em campo. Aos 7 minutos de um jogo morno, veio a primeira emoção. Ronaldo saiu com Acevedo, que tocou fraco para Michel Araujo. Os caras roubaram a bola, cruzaram na área e o Rei do Gado matou no peito, cortou pra esquerda e chutou pro gol. Tudo em câmera lenta, sem pressão dos dois zagueiros, que foram lerdos pra bola.
0x1, gol de Bruno Mezenga.
Era a senha para as aves agourentas da Torcida do Bahia começarem a criticar tudo e todos.
O jogo seguiu de morno pra frio, com o Bahia tocando a bola com a paciência de Jó que Ceni lhe deu, até que Rodrigo Nestor recebeu certo de Acevedo, passou a linha do meio de campo e deu uma enfiada de bola perfeita pra Tiago. O pivete de Aço disparou, se livrou do lateral e brocou como um 9 de ofício. 1×1, aos 28 minutos do primeiro tempo.
Larguei nos grupos de WhatsApp: “O gol da virada vai ser de Michel Araujo, porque ele só faz gol em time pequeno.”
Claro que eu não estava me referindo ao Náutico, né?
Vamos adiantar o lado, porque até os 12 do segundo tempo, o lance mais agudo foi uma falta de Cauly pra fora.
Michel Araujo recebeu na intermediária, cortou pro meio e deu um passe sacanagem no meio de três zagueiros de branco. Tiago fez o facão, dominou e tocou pra trás na saída do goleiro. Mas a bola bateu no zagueiro e entrou. Virada do Bahia: 2×1.
Ademir inimigo do gol
Cauly bate falta na área e Ademir faz o terceiro. O bandeira marcou impedimento.
Cauly roubou a bola do volante, avançou, tocou pra Tiago, ele chutou, o goleiro rebateu e Ademir fez o dele. De novo, anulado por impedimento. Mas a essa altura, na torcida, tudo era festa. Era o quarto grito de gol numa partida que prometia ser sonolenta. Tava valendo.
Acevedo lançou pra Ademir na ponta. Ele deu um banho de cuia, cortou o outro zagueiro, mas na hora de chutar, atrasou pro goleiro.
Ele deve ter pensado: “Hoje não é dia pra fazer gol. Então vamos mudar o esquema.”
Ademir define o jogo (nunca critiquei)
Escanteio pro Náutico. A bola sobrou pra Árias, ele deu uma tapa e disse: “Corre, Ademir. Vai!”
E o Fumacinha disparou, rompendo a barreira do som da torcida que já gritava pelo gol. O velocista deixou dois zagueiros pra trás como se fossem de um baba de 50, tocou pro meio, Michel Araujo recebeu, escolheu o canto e tocou com perfeição.
3×1. Caixão fechado pro Timbu.
BORA BAÊA MINHA PORRA!
Bahia classificado com a melhor pontuação da Copa. E a resposta veio: o Náutico é pior que o Boston, pois o Bahia ganhou deles com o time reserva.
E ruim mesmo é quem foi eliminado pelos pernambucanos da Série C.
O Bahia chega ao seu 23º triunfo em 43 jogos, com apenas 8 derrotas. E tem torcedor que fica mais feliz quando o time perde, pra se achar certo nas críticas, do que quando ganha, porque aí precisa se calar.
Parte da torcida do Bahia precisa reaprender a ser feliz com seu time. A comemorar jogo a jogo, triunfo a triunfo. Curtir o caminho.
Entender que, se o time é reserva, é porque precisa poupar titulares que não vão render o que a gente precisa.
O Bahia faz parte do Maior Grupo de Futebol do mundo. Eles tem staff extremamente qualificado em fisiologia do esporte, scout, médicos, fazem análises de CK. Como escreveu o Chefão do grupo: a bola não entra por acaso.
Parem de querer saber mais do que quem estudou. Esse terraplanismo de torcedor não leva a nada.
O Bahia é Campeão Baiano, líder absoluto do Nordeste, brigando pelo G6 do Brasileirão pelo segundo ano consecutivo, classificado pras oitavas da Copa do Brasil, e até quando caiu do Grupo da Morte da Libertadores, bateu na Sulamericana.
Admita: é bem melhor do que cantar “Vamos subir, Esquadrão!”…
Diga aí. Que achou?
Compartilhe nas redes
Bahia é melhor que Boston River. E o time reserva é melhor que o Náutico – por Erick Cerqueira
Fala, Nação Tricolor! Cá estou eu para falar de mais um triunfo do Bahia — o 23º do ano, nesse mundo de 43 partidas. E o mais interessante: finalmente pudemos tirar a dúvida que tanto pesava sobre as cabeças dos baianos: o Náutico é melhor que o Boston River?
Cheguei na Fonte em cima da hora e tomei um susto. A Ladeira da Fonte estava vazia, faltando poucos minutos para os times entrarem em campo. Subi correndo, passei pela biometria (massa!) e entrei no estádio, onde um público mirrado de 22 mil pessoas esperava o hino ao 2 de Julho ser tocado por uma banda militar. Tudo lindo. Até que o juiz apitou.
O time reserva do Bahia parecia sonolento em campo. Aos 7 minutos de um jogo morno, veio a primeira emoção. Ronaldo saiu com Acevedo, que tocou fraco para Michel Araujo. Os caras roubaram a bola, cruzaram na área e o Rei do Gado matou no peito, cortou pra esquerda e chutou pro gol. Tudo em câmera lenta, sem pressão dos dois zagueiros, que foram lerdos pra bola.
0x1, gol de Bruno Mezenga.
Era a senha para as aves agourentas da Torcida do Bahia começarem a criticar tudo e todos.
O jogo seguiu de morno pra frio, com o Bahia tocando a bola com a paciência de Jó que Ceni lhe deu, até que Rodrigo Nestor recebeu certo de Acevedo, passou a linha do meio de campo e deu uma enfiada de bola perfeita pra Tiago. O pivete de Aço disparou, se livrou do lateral e brocou como um 9 de ofício. 1×1, aos 28 minutos do primeiro tempo.
Larguei nos grupos de WhatsApp: “O gol da virada vai ser de Michel Araujo, porque ele só faz gol em time pequeno.”
Claro que eu não estava me referindo ao Náutico, né?
Vamos adiantar o lado, porque até os 12 do segundo tempo, o lance mais agudo foi uma falta de Cauly pra fora.
Michel Araujo recebeu na intermediária, cortou pro meio e deu um passe sacanagem no meio de três zagueiros de branco. Tiago fez o facão, dominou e tocou pra trás na saída do goleiro. Mas a bola bateu no zagueiro e entrou. Virada do Bahia: 2×1.
Ademir inimigo do gol
Cauly bate falta na área e Ademir faz o terceiro. O bandeira marcou impedimento.
Cauly roubou a bola do volante, avançou, tocou pra Tiago, ele chutou, o goleiro rebateu e Ademir fez o dele. De novo, anulado por impedimento. Mas a essa altura, na torcida, tudo era festa. Era o quarto grito de gol numa partida que prometia ser sonolenta. Tava valendo.
Acevedo lançou pra Ademir na ponta. Ele deu um banho de cuia, cortou o outro zagueiro, mas na hora de chutar, atrasou pro goleiro.
Ele deve ter pensado: “Hoje não é dia pra fazer gol. Então vamos mudar o esquema.”
Ademir define o jogo (nunca critiquei)
Escanteio pro Náutico. A bola sobrou pra Árias, ele deu uma tapa e disse: “Corre, Ademir. Vai!”
E o Fumacinha disparou, rompendo a barreira do som da torcida que já gritava pelo gol. O velocista deixou dois zagueiros pra trás como se fossem de um baba de 50, tocou pro meio, Michel Araujo recebeu, escolheu o canto e tocou com perfeição.
3×1. Caixão fechado pro Timbu.
BORA BAÊA MINHA PORRA!
Bahia classificado com a melhor pontuação da Copa. E a resposta veio: o Náutico é pior que o Boston, pois o Bahia ganhou deles com o time reserva.
E ruim mesmo é quem foi eliminado pelos pernambucanos da Série C.
O Bahia chega ao seu 23º triunfo em 43 jogos, com apenas 8 derrotas. E tem torcedor que fica mais feliz quando o time perde, pra se achar certo nas críticas, do que quando ganha, porque aí precisa se calar.
Parte da torcida do Bahia precisa reaprender a ser feliz com seu time. A comemorar jogo a jogo, triunfo a triunfo. Curtir o caminho.
Entender que, se o time é reserva, é porque precisa poupar titulares que não vão render o que a gente precisa.
O Bahia faz parte do Maior Grupo de Futebol do mundo. Eles tem staff extremamente qualificado em fisiologia do esporte, scout, médicos, fazem análises de CK. Como escreveu o Chefão do grupo: a bola não entra por acaso.
Parem de querer saber mais do que quem estudou. Esse terraplanismo de torcedor não leva a nada.
O Bahia é Campeão Baiano, líder absoluto do Nordeste, brigando pelo G6 do Brasileirão pelo segundo ano consecutivo, classificado pras oitavas da Copa do Brasil, e até quando caiu do Grupo da Morte da Libertadores, bateu na Sulamericana.
Admita: é bem melhor do que cantar “Vamos subir, Esquadrão!”…